Terrebonne, assim como toda a província de Quebec, é muito bem estruturada para ciclistas e corredores. Por toda cidade, há ciclovias ou parques com trilhas, onde é possível realizar bons treinos. Além disso, os motoristas respeitam e "dividem" (mesmo que obrigatoriamente) o espaço urbano com os esportistas.
É possível cruzar vários bairros, através das ciclovias, passando pelo meio de matas preservadas, rios, condomínios e é visível a preservação e a preocupação com a ordem e a limpeza das vias. Ainda pode-se escolher entre trilhas mais planas ou trilhas com um nível maior de dificuldade, de acordo com o treino que se deseja realizar.
O horário que temos treinado para a maratona de Montreal, que vai acontecer em 25/09/2011, é sempre depois das 16h, quando o sol não está muito forte e quando os insetos ainda não saíram de "suas casas". Depois das 18h, a pista da floresta é invadida por abelhas e todo tipo de insetos que gostam de zumbir no seu ouvido ou explorar seu esôfago...
Uma coisa legal de correr dentro da floresta é que frequentemente, vemos pessoas colhendo morangos e amoras silvestres. O clima é bem mais fresco e sempre temos companhia de esquilos.
Aqui em Terrebonne, existe um costume que não é comum no Rio: quando corremos na orla da Barra ou em volta da Lagoa, não cumprimentamos os demais corredores, certo? Óbvio, são muitos corredores e não conhecemos todos para cumprimetá-los, um por um. Aqui, todos se cumprimentam. É raro cruzar com outro corredor na pista e não acenar com a mão ou com a cabeça, ou dizer "bom dia"... mesmo que ninguém se conheça. Com o tempo, entendemos a dinâmica das pistas.
Uma noite, resolvemos correr pela parte "urbana" da ciclovia, pois já era um pouco tarde para ir até a floresta e fomos surpreendidos por um grupo de adolescentes, de carro, que resolveram dar uma de brasileiros e deram um belo grito quando passaram do nosso lado, com o único objetivo de nos assustar e tirar uma onda com a nossa cara. Enfim, no Canadá também tem presepeiro. Nosso reflexo foi chingar com veemência (em português, ele não entenderam nada) e depois caímos na gargalhada.
Os treinos têm trazido boas experiências, além de uma qualidade de vida que não poderíamos deixar de aproveitar. Agora, é contagem regressiva para o desafio.
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