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Shawinigan, Quebec, Canada

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Treinos para a Maratona de Montreal

Terrebonne, assim como toda a província de Quebec, é muito bem estruturada para ciclistas e corredores. Por toda cidade, há ciclovias ou parques com trilhas, onde é possível realizar bons treinos. Além disso, os motoristas respeitam e "dividem" (mesmo que obrigatoriamente) o espaço urbano com os esportistas.



É possível cruzar vários bairros, através das ciclovias, passando pelo meio de matas preservadas, rios, condomínios e é visível a preservação e a preocupação com a ordem e a limpeza das vias. Ainda pode-se escolher entre trilhas mais planas ou trilhas com um nível maior de dificuldade, de acordo com o treino que se deseja realizar.





O horário que temos treinado para a maratona de Montreal, que vai acontecer em 25/09/2011, é sempre depois das 16h, quando o sol não está muito forte e quando os insetos ainda não saíram de "suas casas". Depois das 18h, a pista da floresta é invadida por abelhas e todo tipo de insetos que gostam de zumbir no seu ouvido ou explorar seu esôfago...
Uma coisa legal de correr dentro da floresta é que frequentemente, vemos pessoas colhendo morangos e amoras silvestres. O clima é bem mais fresco e sempre temos companhia de esquilos.

Aqui em Terrebonne, existe um costume que não é comum no Rio: quando corremos na orla da Barra ou em volta da Lagoa, não cumprimentamos os demais corredores, certo? Óbvio, são muitos corredores e não conhecemos todos para cumprimetá-los, um por um.  Aqui, todos se cumprimentam. É raro cruzar com outro corredor na pista e não acenar com a mão ou com a cabeça, ou dizer "bom dia"... mesmo que ninguém se conheça. Com o tempo, entendemos a dinâmica das pistas.

Uma noite, resolvemos correr pela parte "urbana" da ciclovia, pois já era um pouco tarde para ir até a floresta e fomos surpreendidos por um grupo de adolescentes, de carro, que resolveram dar uma de brasileiros e deram um belo grito quando passaram do nosso lado, com o único objetivo de nos assustar e tirar uma onda com a nossa cara. Enfim, no Canadá também tem presepeiro. Nosso reflexo foi chingar com veemência (em português, ele não entenderam nada) e depois caímos na gargalhada.
Os treinos têm trazido boas experiências, além de uma qualidade de vida que não poderíamos deixar de aproveitar. Agora, é contagem regressiva para o desafio.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Old Quebec

Finalmente,  Quebec City!


Ficamos em um hotel localizado na rua Grande Allée Est. Essa rua é um ponto de referência muito bom para quem não conhece a cidade e deseja explorar a pé, exatamente o que fizemos.

Descendo essa rua, chegamos ao Palácio da Justiça, que é uma das obras arquitetônicas muito visitadas em Quebec. Descendo à esquerda desse palácio, encontramos uma encantadora viela com as paredes tomadas de gravuras, pinturas a óleo, fotografias, desenhos... tudo em referência à cidade. Os preços variam de $20,00  a $300,00, depende da obra. Compramos uma obra linda, com uma casinha de campo e a Aurora Boreau, que em breve estará em exposição por um preço simbólico. Rs

Descendo à direita, é possível avistar o Chateau Frontenac, um castelo cartão postal da região, sob o qual estão baseados os velhos canhões da cidade, também muito visitados e de onde pode-se admirar a linda paisagem de cima. Desse mirante, é possível avistar o Velho Porto e as ruazinhas cheias de bares, lojinhas e galerias de arte. 


Descemos até lá e encontramos uma parede muito famosa, que já tínhamos visto em fotos da cidade, com uma pintuta gigante que homenageia grandes figurões de Quebec, como navegadores, religiosos, políticos etc. A pintura também pode ser vista de cima, onde ficam os canhões, mas o divertido é tirar foto como se você fizesse parte da pintura. Todo mundo faz isso!!!!


Ainda vale dar uma passada no Velho Porto para belas fotos e para conhecer as excurções oferecidas no local, como passeios de barco para ver baleias (esse, nós pulamos).


Voltando pela mesma rua Grande Allée Est, cruzamos o prédio do Parlamento, com obras de arte lindíssimas e um paisagismo absurdamente colorido e de bom gosto. Aliás, toda a cidade, cada janela, cada sacada, cada esquina é infestada de toda variedade de flores nessa época do ano.
Passando do Parlamento, chegamos na parte "noturna" da Velha Quebec, que não é lá uma Lapa, mas oferece muitas opções de bares e restaurantes, todos conservando o estilo antigo das contruções; até mesmo os mais moderninhos como McDonald's e Starbucks mantiveram o padrão arcaico dos prédios.
No dia seguinte, visitamos o velho Forte, onde ficam os famosos soldados que não se mexem e de onde tivemos a melhor vista da cidade.

Para quem não é muito fã de museus tradicionais como nós, dois dias são suficientes para conhecer a cidade. Mas quem pretende visitar os prédios históricos e os museus, é bom reservar mais alguns dias.


domingo, 21 de agosto de 2011

Festival de Balões



O festival de balões é um evento que acontece no Parc Pierre Trahan, tem diversas atividades para crianças, shows de música, performances artísticas, em um grande complexo, cercado de barraquinhas de comidas e bebidas, além de um parque de diversões. Ao lado do complexo, em um gramado enorme, chegam dezenas de caminhões que levam os balões das mais variadas cores e formatos.

A atração principal é a decolagem dos balões, que ocorre duas vezes ao dia, sempre dependendo das condições do vento, do clima e da decisão dos pilotos. Centenas de pessoas cercam o campo de decolagem e acenam para cada balão que sobe, gritam, desejam "bom vôo", como se todos se conhecessem. Os balões sobem a gosto do vento e o céu é tomado por um colorido inesquecível.

Nós resolvemos contratar um passeio em um dos balões e, por azar ou por sorte, nosso piloto resolveu não voar, alegando que as condições de vento não eram muito favoráveis, embora a organização do evento tenha liberado as decolagens. Senhor grizalho, demonstrando bastante experiência, nos explicou, num inglês carregado, que já teve uma péssima experiência ao decolar com o mesmo friozinho no estômago que estava sentindo naquele momento e não iría repetir a experiência. Mas naquele momento, já havia mais de 20 balões no céu e fomos tomados por um sentimento de frustração, apesar de sabermos que ele estava sendo cuidadoso e seguindo sua intuição (ou seu estômago).

Resolvemos recorrer à organização do evento e solicitarmos um outro piloto, já que em meio a tantos pilotos, parece que só o nosso decidiu não arriscar. Já estávamos no limite das decolagens, que têm um horário máximo permitido, por conta do por do sol. Então, um dos organizadores, nos levou em um carrinho elétrico, em uma busca contra o tempo, por um balão onde ainda houvesse espaço para dois passageiros (cada um leva no máximo 6 pessoas). Percorremos o campo todo, todos os balões já estavam com a lotação completa e chegamos a avistar um subindo com somente um passageiro, mas já estava há 10 metros do chão... até que... lá estava o número 22, sendo inflado... era a última opção, já estávamos desiludidos... MAS O 22 SÓ TINHA UM PASSAGEIRO!!! Assinamos os termos de responsabilidade às pressas e lá fomos nós.

A subida de um balão é muito mansa e muito rápida. Lá de cima, só se ouve o barulho do gás impulsionando gradativamente a cesta, cada vez mais alto. Pegamos um por do sol lindo, sobrevoamos plantações de soja, milho, maçãs, abóboras e o vôo durou 35  minutos.
O piloto era divertidísso e quando sobrevoávamos as casas das redondezas, as pessoas acenavam lá de baixo, as crianças corriam para gritar "Bon Voyage!!!" e acompanhavam nosso trajeto, enquanto o piloto cumprimentava todos como se fossem de sua família, pedindo licença para atravessar sobre algumas residências.

Devido às condições climáticas não muito favoráveis, o vôo foi rasante, durante algum tempo. Em muitos momentos, passávamos muito rente ao topo árvores mais altas, provocando choque do cesto com os galhos. Na primeira vez que isso aconteceu, ficamos apreensivos, mas como o cesto nem balançou, relaxamos e aproveitamos o visual.

A aterrissagem foi o único momento tenso, pois a cesta bate no chão algumas vezes antes de estabilizar e todos os passageiros precisam cooperar nesse momento. Mas o piloto passou muita tranquilidade e descemos num campo de uma fazenda cujo dono (assim como todos na região) está acostumado a receber os baloeiros em troca de algum mimo ou pagamento em dinheiro. Esses "mimos" fazem com que todos os fazendeiros da região esperem ansiosamente pelo festival de balões!

Quando achávamos que o passeio havia acabado, percebemos que estávamos um pouco enganados. Naquele "campo de pouso", a família do piloto já nos esperava para recolher o balão e nos levar de volta ao parque. Mas o recolhimento do balão é um show a parte. Um exercício de trabalho em equipe e bom humor, principalmente quando o genro do baloeiro põe-se a rolar sobre a lona, para tirar todo o ar,  facilitando a dobragem. Depois de ajudarmos a guardar o balão, em meio a mosquitos gigantes e à escuridão que se aproximava, entramos na van e seguimos rumo ao ponto de partida porém, uma parada no meio do caminho  para O BATISMO.

O piloto e sua familia montaram uma mesa de pique-nique, abriram um espumante de maçã, sem álcool, fabricado na região e nos brindaram pelo nosso primeiro vôo de balão . Foi a presepada mais inesquecível e divertida da qual já participamos, com direito a corôa de mato e pingadinha de espumante na testa...

No caminho para o parque, conversamos um pouco com a família, super falante e brincalhona, parecia um monte de brasileiros. Os baloeiros geralmente trabalham em família e o clima é de uma fraternidade gratificante. Nesses momentos, a gente agradece por estar nesse planeta, na forma de ser humano.

Chegamos no parque atrasados para a apresentação noturna dos balões que não sobem, apenas são acesos para exposição e o visual no campo com tantos balões acesos é incrível, mas com o vento atrapalhando, a apresentação foi suspensa e os balões recolhidos.

Com isso, fechamos a noite assistindo um pedacinho do show que estava acontecendo, de um artista local, e podemos dizer que foi mais uma experiência inesquecível, não só pelo passeio e pelo evento, mas pelas pessoas que conhecemos, e que nos mostraram como o trabalho e a cooperação em família podem ser agradáveis.

Fica nosso agradecimento ao piloto Daniel Davignon e sua família, e também, mais uma vez à querida Ana Mayerhofer pela dica do evento.




terça-feira, 9 de agosto de 2011

Antes e Depois

No Brasil, não temos estações muito bem definidas, ou seja, uma paisagem  permanece praticamente a mesma durante todo o ano.
Aqui no Canadá, a mudança das estações altera drasticamente a paisagem e temos comparado fotos de alguns locais, quando chegamos (final de inverno) e agora (auge do verão).

Começando pela entrada da casa,  quando o gramado ainda estava parcialmente coberto de gelo e as árvores secas. Agora, a grama está verdinha e as árvores carregadas de vida. 

ANTES
DEPOIS







  


 





O mesmo aconteceu com a paisagem em Nicolet, onde só se via cinza e árvores fantasmas, agora  a grama precisa ser aparada de 15 em 15 dias para não virar um matagal.
DEPOIS

ANTES












ANTES
DEPOIS
Nos lagos, onde era possível pescar dentro do gelo e fazer bonecos de neve, agora são belas piscinas naturais, convidando para um mergulho.






Montreal vista de cima era um cenário cinzento e, mesmo sob sol e céu limpo, a vegetação ainda mostrava os sinais do inverno rigoroso que se passara. Meses depois, parecia que estávamos em outro lugar.
ANTES
DEPOIS











ANTES
DEPOIS
E o que dizer da piscina? Quando chegamos, estava servindo de pista de patinação e refrigerador natural.
Agora, olha como está...