Le Plateau-Mont-Royal, centro de Montreal.
Pense em uma avenida de mão dupla, com prédios antigos, baixos, daqueles de tijolinho, com escadinhas e varandas, tanto em cima quanto em baixo, cercados de árvores, transformados em lojas, cafés, brechós, padarias, pubs... Apesar de muitos carros, nenhuma buzina ou freada brusca, muito silêncio e respeito ao pedestre. Chega até ser perigoso, o pedreste não olha para os lados para atravessar e prefere o lado da calçada onde tem sol. Pense em muitas pessoas circulando nessa avenida.
Agora imagine todas as combinações improváveis de roupas e acessórios que, na sua cabeça, são rídículas ou engraçadas. Le Plateau-Mont-Royal. As pessoas não julgam os estilos com os quais se deparam. Normal lá é ser diferente. Aliás, o que é normal? Parece que, por ali, não existe padrão e as pessoas circulam, tanto a pé quanto de bicicleta pelas ruas, ignorando tentências de moda, julgamentos alheios e sendo quem são (ou simplesmente, quem querem ser).
Encontramos casais de gays, circulando sem olhares preconceituosos, cortes de cabelo tipo "Adamastor Pitaco", chapéu de oncinha, tênis de cano longo, em vernis colorido, pessoas com roupas indianas e pessoas muito comuns também... A harmonia estava na desarmonia de estilos.
O bairro tem a reputação de ser frequentado por pessoas descontraídas e descoladas. Nossa sensação foi estar entre iguais, justamente por sermos diferentes de tudo aquilo ali. Aí a gente entende que "ser aceito" é algo que está muito mais relacionado a nossa atitude do que a atitude do outro. Caminhando ali, nos sentimos muito a vontade. Éramos parte de todo sem ser parte daquilo. De qualquer jeito, ser aceito não faz qualquer diferença ali...
Pra fechar com chave de ouro, parada obrigatória numa padaria originalmente portuguesa para comer bolinhos de nata (parecido com pastelzinho de belém)... hummmm ...
Pena termos esquecido a câmera. Semana que vem, estaremos por lá novamente.
Para encerrar o dia, tivemos um jantar em família, regado a vinhos tinto e branco fabricados artesanalmente e refrigerante "Canadá dry", numa mesa de dez pessoas, em que se falava em português, se perguntava em inglês e se respondia em francês, não necessariamente nessa ordem (quando havia ordem). Até alemão e espanhol se ouvia, vez e outra... O importante é que todo mundo se entendeu (na maior parte do tempo).
Daniel, o que voce viu foi uma cidade verdadeiramente cosmopolitana onde muitos vieram de partes diferentes do mundo e trazeram a cultura, culinaria, moda e maneira de viver do pais deles.
ResponderExcluirAproveite para ir nos restaurantes e lojas etnicas onde voce vai encontrar um mundo completamente diferente do que esta acustomado.
Tambem se poder vai no centro de metro e descubra uma cidade subterranea onde todos os predios, shoppings e metro se conectam, é simplismente inacreditavel.