Apesar do público chegar a 25 mil pessoas e não haver muitos banheiros químicos espalhados pelas ruas, não se vê nem sinal de "mijões" pelos cantos. Claro que você, brasileiro, morador do Rio, vai argumentar que não se pode comparar a organização de um festival de jazz em Montreal à organização de um bloco de carnaval no Rio. E obviamente, nós, brasileiros, moradores do Rio, vamos concordar que falta estrutura pra suportar carnaval no Rio sim e que a prefeitura é a maior responsável por isso. Mas, raciocina, pensa nesse cenário:
- 25 MIL pessoas.
- Bebendo.
- Na rua.
- Se divertindo.
- Sem banheiro suficiente.
E aí? Estamos falando de bloco no Rio ou festival em Montreal?
O cenário vale para os dois eventos, não é mesmo? A educação poderia valer também...
Claro que há várias questões envolvendo esse tema como educação, política, diferenças culturais e inúmeras discussões que não valem entrarmos no mérito. Mas uma coisa é fato: cada indivíduo, cada cidadão é responsável pela sua atitude, não o governo.
Sobre o festival...
Podemos dizer que a educação do povo por aqui é inversamente proporcional à empolgação com os shows. Tudo bem que jazz é um estilo pra se ouvir, contemplando, sem muito "uhu!!"... mas há diversos grupos que tocaram aqui e levantariam poeira se a apresentação fosse para um público brasileiro. Por aqui, o máximo que se pode esperar são aplausos tímidos e um respeito muito grande pelos músicos. Parece que o público tem medo de atrapalhar a banda...
O esquema de segurança é muito interessante. Onde as ruas são interditadas, seguranças "revistam" as pessoas que acessam o complexo de shows para evitar entrada de armas, drogas e bebidas, já que a venda de bebidas é um dos fundos que sustentam o festival, que é gratuito. Também não é permitido sair do perímetro do evento consumindo bebida alcoólica, mas aí por conta da legislação do Quebéc.
Falando das performances, vimos um pouquinho de tudo. Os grupos que se apresentam são muito variados e tocam desde o mais genuíno jazz até um rock and roll meio country, com direito a bota e chapel de cowboy, passando por ritmos latinos, africanos e indianos. Pelos palcos secundários, vimos conjunto improvisando música para trilha de filme de suspense, conjunto tocando acústico com instrumentos meio barrocos, performances de acrobata, flautista dando uma de encantador de ratos, e todo tipo de gente assistindo.
Tivemos a alegria de conhecer o show da Susie Arioli. Não ficamos para ver o show inteiro, mas já valeu ter conhecido um pouco do seu repertório. E nada de "Uhu!" no fim do video, apenas aplausos. :)
http://www.youtube.com/watch?v=ssxZJi92i_k
Resumindo, não há filas para comprar bebidas nos diversos quiosques espalhados pelo evento. Existem mesinhas para se comer seu cachorro quente confortavelmente. Não há nem fila para os poucos banheiros que vimos. Não há empurra empurra pra ficar mais perto do palco, nem gente caindo bêbada pelos cantos. Os restaurantes, apesar de cheios, dão conta do aumento do público. Não se vê lixo pela rua, nem briga. E ainda pode-se dizer que a qualidade do som é muito boa (o que é muito difícil em shows ao ar livre). Não enfrentamos engarrafamentos, nem dificuldades de estacionamento. Se fôssemos fãs de jazz, poderíamos dizer que é um evento perfeito.
Mais uma experiência inesquecível ...
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