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Shawinigan, Quebec, Canada

domingo, 22 de maio de 2011

De volta ao Plateau

Hoje conhecemos um japa muito bom em Montreal, chamado Kanda. Muita coisa diferente do que é servido nos japas cariocas, mas no geral, tão bom quanto. A diferença é que TODOS os funcionários do restaurante (e não são poucos) têm olhos puxados e conversam entre si falando japonês (chinês ou mandarim, sei lá). Já no Rio, mais comum mesmo é que os funcionários sejam importados do Nordeste...

Na sequência, passamos pelo Plateau, aquele local super alternativo, no centro de Montreal, sobre o qual já falamos em outra postagem sobre diversidade. Mas hoje, o clima está bem menos frio, então as ruas estavam fervendo. Pense na Lapa, misturada com a Quinta Avenida. É o clima de noitada e pré-disposição à diversão do Rio, com a loucura e a sofisticação de New York.

Mas o que mais chamou atenção dessa vez, foi uma visão um pouco mais esclarecida sobre a tal "diversidade de culturas do Canadá". Sim, aqui realmente tem gente do mundo inteiro e as culturas convivem em clima de respeito e cooperação. Muito comum é passear no shopping e encontrar mulheres com lenços escondendo o cabelo e judeus ortodoxos circulando pelos corredores. Para brasileiros, isso não é nenhuma novidade, já que somos um povo totalmente diversificado. Aí é que mora a principal e genuína diferença entre a diversidade de culturas no Brasil e no Canadá: aqui, as culturas não se misturam.

Passeando pelo Plateau, cada rua, cada área do bairro tinha a sua cara, a sua tribo. Em determinada rua, predominam os pubs e clubes noturnos frequentados por um público mais jovem e local, também alguns turistas. Andando um pouco mais, as casas se destinam a um público mais maduro e ainda local. Virando uma ruazinha, é possível achar boates punks, com direito a festas de "anime", com todos vestidos a caráter na fila, assim como góticos e emos. Passamos ainda por uma avenida só de comércio  chinês e outra de imigrantes italianos, com vários restaurantes de massas e grifes italianas. Ainda havia umas esquinas com grupos de negros, rapers e malabaristas. E ainda um local com várias boates de stripers e prostituição rolando muito discretamente. 

O que vimos aqui hoje, é um pouco do que acontece no país como um todo. Todas as culturas têm seu espaço aqui. Todos se vestem, como querem e não são ridicularizados ou julgados por isso (pelo menos, não explicitamente). Mas, é muito claro que essas diferentes culturas não se misturam. Se você sair para uma noitada na Lapa, vai encontrar locais frequentados por negros, japoneses, árabes, hippies, patricinhas, "playboyzada", coroas, periguetes, gringos etc, no mesmíssimo ambiente (Rio Scenarium, na Rua do Lavradio, é um exemplo dessa mistureba). Mas na noite do Plateau, cada tribo tem o seu ambiente.

Ninguém se perturba. Mas, ninguém se mistura. Nossa próxima passagem por lá, será para conhecer de perto um bar ou outro, uma boate ou outra. Qual será a nossa tribo?...


Um comentário:

  1. Oi Mica Lena

    Imagino o que vcs devem estar estranhando, pessoas, cultura.....
    Fico feliz que tudo isso seja uma experincia eterna para vcs
    Saudades
    Bjs
    Drica

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