Autores:

Minha foto
Shawinigan, Quebec, Canada

domingo, 29 de maio de 2011

Canadá > Las Vegas

Pra começar, se viajássemos para Las Vegas, partindo do Brasil, o preço seria quase 3 vezes mais caro. Então, um blog de brasileiros no Canadá não pode deixar essa viagem passar em branco. Nesse caso, o que acontece em Vegas NÃO fica em Vegas, vai para o blog!

SURREAL!!!!!  Las Vegas foi projetada para impressionar, para surpreender e para fazer os visitantes irem embora querendo voltar.  A começar pelo aeroporto: você precisa pegar um trem para chegar até as esteiras das malas (é pequeno, né?) e quando chega no desembarque, já dá de cara com as maquininhas de cassino. O famoso "eu nem gosto de jogo..." não é desculpa, diante da variedade de espetáculos, performances, exposições, restaurantes, shoppings, além dos cassinos e da grandiosidade dos hotéis. Aliás, a luxúria e a ostentação dos hotéis é uma atração a parte. Encontram-se verdadeiras obras de arte e arquitetura em cada recepção. Parece que os hotéis são propositalmente projetados para que você se perca lá dentro. Então, quem não gosta de jogo, acaba se rendendo à infinidade de entretenimento que Vegas oferece.

O público de Vegas é o mais variado possível. Tem gente jovem enchendo a cara, tem noiva casando pra tudo que é lado, tem japonês (ou chinês, quem sabe?) em tudo que é maquininha, ganhando dinheiro a rodo, tem brasileiro em cada esquina e muita, mas muita gente ganhando dinheiro pelas ruas imitando artistas, tocando guitarra, bateria ou simplesmente se fantasiando de um personagem famoso e tirando foto com os pedestres. Se de um lado da rua o Darth Vader troca idéia com o Michael Jackson, do outro lado, um Escocês toca gaita de fole para o Bumblebee dançar... loucura, louruca, lourura...

O dinheiro da jogatina na roleta nos rendeu ingressos para o espetáculo KA do Cirque du Soleil! Conseguimos também visitar o aquário de tubarões do Mandalay Bay, o jardim com tigre branco e golfinhos do hotel Mirage, a exposição do corpo humano no hotel Luxor, além dos shows gratuitos no Imperial e no Bills, com cover de Elvis da melhor qualidade...rs. Quem passa pela Strip ainda é premiado com o show de águas do Belagio e a erupção do vulcão no Mirage.

Resumindo a ópera, essa foi a viagem mais louca e mais surpreendente que já fizemos, e só fizemos por estarmos aqui no Canadá, onde os valores são muito mais acessíveis. Quem sabe um dia voltamos!!!

domingo, 22 de maio de 2011

De volta ao Plateau

Hoje conhecemos um japa muito bom em Montreal, chamado Kanda. Muita coisa diferente do que é servido nos japas cariocas, mas no geral, tão bom quanto. A diferença é que TODOS os funcionários do restaurante (e não são poucos) têm olhos puxados e conversam entre si falando japonês (chinês ou mandarim, sei lá). Já no Rio, mais comum mesmo é que os funcionários sejam importados do Nordeste...

Na sequência, passamos pelo Plateau, aquele local super alternativo, no centro de Montreal, sobre o qual já falamos em outra postagem sobre diversidade. Mas hoje, o clima está bem menos frio, então as ruas estavam fervendo. Pense na Lapa, misturada com a Quinta Avenida. É o clima de noitada e pré-disposição à diversão do Rio, com a loucura e a sofisticação de New York.

Mas o que mais chamou atenção dessa vez, foi uma visão um pouco mais esclarecida sobre a tal "diversidade de culturas do Canadá". Sim, aqui realmente tem gente do mundo inteiro e as culturas convivem em clima de respeito e cooperação. Muito comum é passear no shopping e encontrar mulheres com lenços escondendo o cabelo e judeus ortodoxos circulando pelos corredores. Para brasileiros, isso não é nenhuma novidade, já que somos um povo totalmente diversificado. Aí é que mora a principal e genuína diferença entre a diversidade de culturas no Brasil e no Canadá: aqui, as culturas não se misturam.

Passeando pelo Plateau, cada rua, cada área do bairro tinha a sua cara, a sua tribo. Em determinada rua, predominam os pubs e clubes noturnos frequentados por um público mais jovem e local, também alguns turistas. Andando um pouco mais, as casas se destinam a um público mais maduro e ainda local. Virando uma ruazinha, é possível achar boates punks, com direito a festas de "anime", com todos vestidos a caráter na fila, assim como góticos e emos. Passamos ainda por uma avenida só de comércio  chinês e outra de imigrantes italianos, com vários restaurantes de massas e grifes italianas. Ainda havia umas esquinas com grupos de negros, rapers e malabaristas. E ainda um local com várias boates de stripers e prostituição rolando muito discretamente. 

O que vimos aqui hoje, é um pouco do que acontece no país como um todo. Todas as culturas têm seu espaço aqui. Todos se vestem, como querem e não são ridicularizados ou julgados por isso (pelo menos, não explicitamente). Mas, é muito claro que essas diferentes culturas não se misturam. Se você sair para uma noitada na Lapa, vai encontrar locais frequentados por negros, japoneses, árabes, hippies, patricinhas, "playboyzada", coroas, periguetes, gringos etc, no mesmíssimo ambiente (Rio Scenarium, na Rua do Lavradio, é um exemplo dessa mistureba). Mas na noite do Plateau, cada tribo tem o seu ambiente.

Ninguém se perturba. Mas, ninguém se mistura. Nossa próxima passagem por lá, será para conhecer de perto um bar ou outro, uma boate ou outra. Qual será a nossa tribo?...


domingo, 15 de maio de 2011

Galinhagem. Ops!!! Quer dizer, GALINHADA!



Depois de conhecermos uma legítima festa portuguesa, com muito fado e vinho do porto, foi a vez de conhecermos a galinhada. Um prato simples, mas delicioso (uma mistura de frango com arroz maluco, tipo um risoto de frango a passarinho...rs), acompanhado de uma saladinha bem brasileira. Mas a galinhada foi só um pretexto pra fazer o que brasileiro mais gosta: reunir amigos pra beber e se divertir.


Claro que em reunião de brasileiro não falta um sambinha. Atropelado e desarranjado, mas animado. Falando em dedicação à procura do repertório perfeito, podemos quase afirmar que o "samba do aeroporto", no RJ, já tem um similar canadense ...rs... Talvez, com um pouco mais de ensaio, o famoso  "o meu coração hoje tem paz..." também tenha afinação.

Lá pelas tantas, eis que surge uma garrafa de gin... mas cadê a tônica? Isso é gin mesmo? Bom, a garrafa era de gin, mas o conteúdo, ninguém sabe ao certo até o presente momento. Só se sabe que a garrafa esvaziou  em doses homeopáticas de "Tequila". Hãn? É... sal, uma dose, limão. Sequência que se repetiu incessantemente, até que as três rodadas de saideiras finalmente encerraram a última gota da garrafa. Falou-se que a bebida na verdade era run, e também falou-se que a bebida era cachaça de uva... no fim das contas, ninguém estava interessado em desvendar este mistério.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Mais perguntadas

 
 Respondendo o que todo mundo pergunta - Top 10.

1) O frio brabo já passou. Quando chegamos, estava -3 e agora, a temperatura está em torno de 19 graus... e não, não tem mais temporada de ski, só ano que vem.

2) Sim, as oportunidades de trabalho aqui são muitas e só não trabalha quem não quer. No nosso caso, só vamos buscar colocação no mercado se resolvermos morar aqui por mais tempo. Por enquanto, não, não estamos procurando nenhum emprego e estamos só estudando inglês. Juntamos dinheiro pra isso, não estamos loucos...

3) Nós ainda não sabemos qual é a comida característica do Canadá. Já sabemos que o syrup (comentado em outra publicação), é muito apreciado, mas ainda não sabemos qual é o carro chef da culinária local. O que já temos certeza é que a quantidade aqui fala mais alto. Todos os pratos são muito bem servidos e existem umas misturas doidas, tipo pizza com macarrão (é sério... e é muito bom!), linguiça temperada com alho e mel (uma delícia no churrasco)... Além disso, a variedade de biscoitos que se encontram nos supermercados é sacanagem... tem biscoito de aveia, recheado de tudo que é fruta, com chocolate de tudo que é tipo, com umas texturas macias, que não tínhamos experimentado no Brasil.

4) Até o momento, só fizemos amigos brasileiros (felizmente, para programas divertidos / infelizmente, para nosso inglês);

5) Sim, os jogos do Flamengo estão sendo rigorosamente acompanhados através da internet. Nós pagamos a mastertv, que transmite todos os canais da NET, então não pensem que estamos desatualizados. (o mesmo vale para a novela das 8!)

6) Não, nós ainda não conhecemos boates, mas assim que conhecermos uma, haverá um post exclusivo. O atendimento nos restaurantes é muito bom e o atendimento nas lojas de shoppings é diferente do Brasil (a vendedora não fica atrás de vc o tempo todo).

7) Outlet aqui tem desconto de 80% de verdade. Já descobrimos um centro de outlets aqui em Quebec e outro há 2 horas da fronteira com os EUA... brasileiro em outlet se esbalda!

8) Não, nós não nos empanturramos de chocolate na Páscoa. Se não fosse pelo contato com os amigos no Brasil, nós nem lembraríamos que a Páscoa passou porque o apelo comercial pela compra de  ovos aqui é quase zero. O mesmo aconteceu no dia das mães... o comércio estava tão frequentado quanto sempre... essa febre consumista não reina aqui.

9) A influência musical aqui é extremamente americana. O que mais se ouve na rádio mais popular é Bruno Marz, Britney, Rihanna, Pink, Lady Gaga, J. Lo e segue essa linha. Legal. Mas só toca isso!!!!!!! Já tratamos de achar uma rádio de rock and roll (lembra da rádio cidade?), que varia o repertório...

10) Cachorros aqui não latem. Com certeza, por consequência de terem donos silenciosos, explicação da psicologia canina. Já os gatos, são imensos, gordos, peludos e sempre os vemos nas janelas das casas. É um maior que o outro, não tem gato assim no Brasil...

Bom, até o momento, essas são as respostas mais solicitadas e as curiosidades que destacamos nesse primeiro mês. Em breve, maiores detalhes sobre a Festa Portuguesa e a Galinhada...

Efeitos do Sol

Quando a temperatura começa a subir por aqui, a vizinhança toda sai de casa para  aparar grama, retirar galhos secos, ajeitar o jardim, lavar o carro, e, aos 19 graus, estão todos de camiseta, felizes da vida com o "calor". Tem até vizinho estreando jacuzi ao nosso lado, com direito a festa...
Claro que nós estamos entrando no ritmo. A piscina (já descongelada) está quase limpa, o jardim já foi podado e o pula-pula da Amanda já está recebendo visitas...
É impressionante como um dia de sol traz tanta alegria aqui. As flores abrem de um dia para o outro e as ciclovias ficam cheias de gente que não só anda de bicicleta, como corre, anda de patins, skate, passeia com cachorro... As ruas ganham mais vida. 
Quando chegamos, estava tudo muito cinza e ainda havia neve pelas ruas. Agora, as árvores estão esverdeando, os gramados já estão revigorados e as sorveterias abriram!

domingo, 8 de maio de 2011

Falei que ía dar merda...

Não foi por falta de aviso que a camisa do Mengão encolheu...

Quando chegamos aqui, nos avisaram que máquinas de secar encolhem algumas roupas do Brasil... não levamos fé, olha no que deu:

terça-feira, 3 de maio de 2011

Balanço do primeiro mês


Nesse primeiro mês, fizemos um reconhecimento local. Conhecemos alguns pontos turísticos sensacionais, já comentados em publicações anteriores. Conhecemos um pouco do ritmo e os costumes desse pessoal do lado de cá.

Resumidamente, podemos afirmar que não é um povo tão frio, como todos falam. Sim, eles são muito reservados, muito introspectivos. Mas também são receptivos (principalmente quando sabem que você é brasileiro) e muito amigáveis (cada um na sua, claro). Talvez possamos achar que eles são frios porque eles não se envolvem em relações sem futuro, como uma conversa fiada na fila, um comentário sobre o tempo no elevador ou um chopinho só pra jogar conversa fora... nem se deixam envolver com desconhecidos facilmente. Eles não respondem perguntas pessoais a qualquer um. Não pergunte se um canadense é casado, se tem filhos ou no que ele trabalha sem achar que ele está desconfiando de você ("Por que ele quer saber isso?", ele pensaria).
Aqui, ninguém toca em ninguém, nem demonstra afeto calorosamente em público. É um jeito de ser diferente, que estamos aprendendo a respeitar, mas podemos afirmar  que todos que passaram pelo nosso caminho até agora foram simpáticos e solícitos. Eles simplesmente são educados e objetivos em suas relações. Amigo é amigo, cliente é cliente, colega é colega, família é família e assim vai...

Uma coisa engraçada é que eles acham que brasileiro fala espanhol. E nosso professor de inglês achou que éramos portugueses porque falamos português. Ou seja, na mente deles, o povo da América do Sul é todo igual (da mesma forma que, para nós, os orientais são todos iguais) ... Não podemos dizer se isso é bom ou ruim, mas sempre alguém tenta gastar um espanhol com o Daniel... Será que ele tem cara de argentino???

Outra coisa que estamos ainda nos adaptando é a quantidade de normas, regras, leis e controles (na maioria das vezes, positivos) que existem aqui. Quem mora no Rio de Janeiro está acostumado com a falta de fiscalização e controle por parte dos órgãos públicos, além da falta de educação do povo, o que resulta numa total falta de cumprimento das normas, certo? Aqui, todos respeitam leis de trânsito, regras de convivência básicas, leis em geral, normas da prefeitura e  a gente se sente controlado o tempo todo. Claro que nenhum sistema é perfeito. Aqui também tem corrupção e problemas políticos. Mas nada comparado ao Brasil. Para quem não está acostumado com essa rigidez, é um choque cultural muito grande e uma lavagem cerebral,  a favor da reeducação, o que pode até soar como falta de liberdade, mas é mesmo uma questão de cultura.

O mais importante é que objetivo principal de nossa vinda está em dia. O inglês está sendo bem desenvolvido e estamos pegando uma carona no francês (inevitável).
Os próximos meses serão de trabalho forte na fluência pra podermos decidir sobre a data de retormo ao Brasil.